Hoje falaremos sobre dislexia!
Vamos entender o significado desta palavra?
Dislexia é composta pelo prefixo "dis" que se refere a uma ideia de dificuldade e o radical "lexia", que significa leitura no latim, portanto, o termo refere-se a dificuldades na leitura.
Agora ficou mais fácil, não é? Então, passaremos à sua definição.
A dislexia pode ser definida, como um transtorno de aprendizagem da leitura, que embora tenha origem neurobiológica, ocorre apesar de inteligência normal, ausência de problemas neurológicos, com instrução escolar adequada e oportunidades socioculturais suficientes.
Aprofundando um pouco mais...
Resultantes de um déficit no componente fonológico da linguagem, ou seja, relativos aos sons da fala, as principais características da dislexia são dificuldade na fluência da leitura, na habilidade de decodificação (transformar os grafemas, que são as letras, em sons) e soletração (transformar os fonemas, que são os sons, em letras ).
É importante observar que a dislexia pode acarretar déficits em outras áreas do aprendizado escolar, como atenção, cálculo matemático, expressão escrita e ortografia.
Também existem diferenças no padrão de manifestação das dificuldades na dislexia, o que levou à classificação de subtipos:
Dislexia Fonológica: caracterizada pela dificuldade na leitura oral de palavras pouco familiares, ou seja, na conversão letra-som, decorrente de um déficit no processamento fonológico.
Dislexia Visual: dificuldade na leitura relacionada com a inabilidade de reconhecer palavras como um todo, em decorrência de déficit no processamento visual.
Dislexia Mista: caracterizada por leitores que apresentam os dois subtipos (fonológico e visual).
A identificação das principais manifestações encontradas nos disléxicos ocorre durante o processo de alfabetização, o que pode tornar o diagnóstico muito tardio. Estudos recentes comprovam que quanto mais cedo forem identificados os sinais em crianças de risco para a Dislexia e se houver estratégias de intervenção para as habilidades que se encontram alteradas, o impacto sobre todo o processo de aprendizagem escolar da criança é muito menor.
Como e quando observar esses sinais precocemente?
Ainda na pré-escola, sinais mais sutis podem ser observados, entre eles o transtorno fonológico (atraso na aquisição dos fonemas e automatização de uma fala semelhante ao padrão da língua), dificuldade com rimas, dificuldade em aprender a escrever seu próprio nome ou as letras que o compõem e dificuldade em lembrar o nome das letras.
Já no período de alfabetização os sinais aparecem na leitura em voz alta lenta e silabada com omissões e substituições de letras, pronúncia incorreta de palavras longas e ou desconhecidas, dificuldade em matemática relacionada à interpretação de problemas necessitando muitas vezes de ajuda para ler o enunciado e os deveres de casas incompletos e desorganizados.
Entendido a definição, as causas e as manifestações da dislexia, qual o papel da escola?
Cabe à escola reconhecer os seus sinais o mais precocemente possível, inserir atividades capazes de estimular o desenvolvimento das habilidades envolvidas nesse processo, direcionar o encaminhamento para profissionais especializados na área que ajudarão a observar o desenvolvimento da criança, fazer as adaptações de acordo com as necessidades levantadas e com isso, ajudar na condução desta questão durante a aprendizagem escolar.

ALVES, Luciana Mendonça; MOUSINHO, Renata; CAPELLINI, Simone Aparecida. Dislexia: Novos temas, novas perspectivas, vol.2. 1.ed. Wak Editora, 2013. SALLES, Jerusa Fumagalli de; NAVAS, Ana Luiza. Dislexias do Desenvolvimento e Adquiridas. 1ed. Editora Pearson, 2017. MACHADO, Andréa Carla; BELLO, Suzelei Faria. Sinais e Orientações práticas para o Transtorno Específico de Aprendizagem, dislexia. 1 ed. Editora Booktoy, 2017.

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